Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Cachorro de três patas muda a vida de criança com síndrome

   
Inglaterra – Uma criança teve sua vida mudada após a chegada de um cachorro de três patas em sua casa na Inglaterra. Owen Howkins, de 7 anos, sofre da síndrome de Schwartz-Jampel, quando os músculos ficam tensos de forma permanente. A doença fez com que a criança se afastasse do colégio. O menino tinha medo de se comunicar com as pessoas e já não saía mais de casa.
Quando o pai de Owen, Will, trouxe de um centro de resgate um cachorro de três patas, rapidamente a criança e o animal se aproximaram. Haatchi foi socorrido após ter sido atropelado, enquanto estava amarrado à linha do trem. O animal teve o rabo mutilado e graves ferimentos na pata traseira, que teve que ser amputada.
Segundo a família, a mudança que Haatchi fez na vida de Owen é bastante perceptível e o menino melhorou muito o convívio com as pessoas. O fato da criança precisar de cuidados especiais e fazer uso de uma medicação constante o fazia se sentir diferente. Já com Haatchi, Owen não se sente assim, pois o cachorro também tem que tomar medicação, uma mistura de mel, óleo de salmão e suplementos, que na visão do menino os tornam iguais.
O animal que fez um treinamento há 15 meses para se tornar um “cão terapia”, vai também levar alegria aos soldados que tiveram suas pernas amputadas nos conflitos do Afeganistão e Iraque, além de crianças com doenças em estado terminal.
 


Fonte: O Dia

 
((•)) Ouça esse post

sábado, 27 de outubro de 2012

Apaixone-se por tudo que tem



Nada que você conseguiu na vida até hoje é algo comum, nada é insignificante e nada é tão simples que não mereça que você se apaixone pelo que conseguiu. Não importa se neste momento você tem um carro simples; uma casa simples; um emprego simples... O que importa é que seja lá o que for que conseguiu até o momento é uma conquista sua.

Pessoas que não valorizam as pequenas moedas nunca vão atrair as grandes moedas, gente próspera usa as suas moedas por menor valor que tenham. Faça sempre uma declaração apaixonada paras as coisas que conseguiu e para as pessoas que moram em seu coração. Este comportamento faz fluir uma energia de valorização das coisas que conseguimos. Estamos assim demonstrando gratidão ao universo, e as oportunidades do universo escolhem sempre as pessoas onde a gratidão habita.

Por menor que seja sua conquista, ela é sua, veio pelo seu esforço, veio pela sua luta e nada que venha pelo seu esforço e pela sua luta é pequeno. Nada de fazer bonito para outros verem, faça bonito para você ver e viver. Pessoas apaixonadas por tudo que possuem criam uma proteção em sua vida que as mantêm longe de terrenos perigosos, desenvolvem uma intuição especial para manter o que já têm e conseguirem ampliar suas realizações.

Basta valorizar e você vai se apaixonar. Quem se apaixona pelo quem tem, vive mais feliz; encontra os caminhos com mais facilidade; faz tudo mais perfeito; não é um alvo fácil e está sempre com disposição de compartilhar. Na vida perdemos muitas coisas por pensar que elas já estão conosco e não precisamos fazer mais nada por elas, mas tudo em nossa vida, para continuar em nossa vida, precisa receber nossa atenção e nosso cuidado.

Apaixone-se por tudo que possui na vida, que a vida também vai se apaixonar por você.


Texto de César Romão.
((•)) Ouça esse post

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Como Ajudar uma Vítima com Lesão na Coluna Vertebral



Lesões na coluna vertebral podem causar incapacidade permanente e paralisia. Saber como ajudar adequadamente alguém que teve uma lesão na coluna pode reduzir os riscos de danos à medula espinhal. Lesões da medula espinhal podem causar danos irreversíveis e até a morte.

1 - Saiba quando uma pessoa está em risco de uma lesão na medula espinhal.
Abaixo estão alguns sinais de lesão medular. Se você está ajudando uma vítima com esses sintomas, siga os passos abaixo.
A vítima relata dor no pescoço ou nas costas.
A vítima não pode mover pescoço.
A vítima caiu sobre, ou sofreu trauma no pescoço, costas ou na cabeça.
Trauma na cabeça seguido por consciência instável.
Perda de controle da bexiga ou intestino.
Paralisia, fraqueza ou dormência nos braços e/ou nas pernas.
O pescoço ou as costas não estão em um ângulo natural.

2 - Os profissionais de saúde serão mais capazes de avaliar e lidar com potenciais lesões na coluna vertebral, e terão equipamentos especiais para o transporte de pessoas com esses tipos de lesões.

3 - Não mova a vítima, a menos que ela esteja em perigoimediato de lesão adicional ou se você precisar desobstruir uma via respiratória para que ela possa respirar.

4 - Estabilize a vítima para evitar qualquer movimentoda cabeça, pescoço ou do corpo. Você precisa manter a vítima totalmente imóvel até que a ajuda profissional chegue, se possível.

5 - Dê os primeiros socorros, sem mover a cabeça ou o pescoço da vítima. Se a pessoa não estiver respirando ou mostrando sinais de circulação, inicie a RCP, mas não levante o queixo para abrir as vias aéreas. Em vez disso, você deve puxar a mandíbula delicadamente para frente.

6 - Aguarde o auxílio médico chegar. Permaneça com a vítima até que a ajuda chegue.

Se a vítima precisa ser removida
Sua melhor opção é evitar remover a vítima, se possível. No entanto, se for necessário remover a vítima para evitar mais danos, siga estes passos.

1 - Puxe-a pelas suas roupas. Segure o colarinho da camisa ou da blusa e use os seus antebraços para apoiar a cabeça da vítima, puxando o corpo em uma linha reta. Este é um método preferido, já que a cabeça da vítima fica apoiada enquanto ela é removida.

2 - Puxe a vítima pelos pés ou ombros. Use ambos os pés, ombros, ou puxe pelos braços segurando os dois braços sob as axilas.

3 - Mantenha o pescoço e o tronco do corpo o mais reto possível, e puxe a vítima em uma linha reta. Não puxe o corpo para os lados!

4 - Use pelo menos duas pessoas, caso seja necessário colocar a vítima na posição lateral. Se você precisar rolar uma vítima com possível lesão medular para evitar que ela se asfixie no sangue ou vômito, ou por qualquer outro motivo urgente, use duas pessoas. Role a vítima de tal modo que o pescoço, a cabeça, as costas e o torso movam-se como uma unidade. Não deixe o corpo girar.
Ao solicitar ajuda médica, diga que você está lidando com uma vítima de uma lesão na coluna. Eles serão capazes de lhe dar mais orientações na assistência a vítima.
Se a vítima estiver consciente, tente mantê-la calma. Explique o que você está fazendo e peça que ela permaneça imóvel.
Qualquer movimento feito por uma vítima com uma lesão na coluna pode resultar em paralisia ou morte.
Danos à medula espinhal são permanentes.
Não tente mover a vítima a menos que ela esteja em perigo imediato!
Se a vítima estiver inconsciente ou tem um ferimento na cabeça, assuma, automaticamente, que ela sofreu uma lesão na coluna.

Fonte: Wiki How
((•)) Ouça esse post

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Reencontro com a turma


É muito bom fazer novas amizades, melhor ainda é reencontrar velhos amigos! Por isso esse final de semana eu participei de um reencontro com algumas pessoas da minha turma do Ensino Médio.
 
 
Há algum tempo havíamos criado um grupo no Facebook com a finalidade de nos comunicar e consequentemente planejar uma comemoração para relembrar os tempos passados que não voltam mais.
 
 
E que tempos viu! Lá se vão 10 anos passados desde a última vez que estivemos todos juntos. Mas como foi bom reunir essa turma para assim reatarmos os laços das verdadeiras amizades, porque amigos, são feitos para se guardar no lado esquerdo do peito, não no fundo de um baú.
 
 
Foi muito bom reunir toda a galera depois de dez anos, ou melhor, boa parte, nem todos puderam comparecer, mas cada um daqueles que lá estavam têm uma importância pra mim pois foram eles que fizeram parte do rol dos meus melhores amigos da minha vida estudantil.
 
 
E lemos mensagens, uns para os outros...
 
 
Trocamos presentes, ganhamos lembrancinhas...
 
 
E ainda comemos e bebemos até altas horas.
 
Bem galera apesar de ter se passado dez anos, pude constatar que o tempo não conseguiu apagar o brilho de ninguém, muito pelo contrário, hoje, mais maduros e experientes pudemos refletir e rir muito das peripécias que aprontávamos no passado.
 
Espero não nos desencontrarmos novamente, porque precisamos como amigos, manter a proximidade e estar  sempre por perto, felicidades, beijos, abraços e tudo de bom.
 
 
 
Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro do tempo. Aquilo que colocarmos nela, corre por nossa conta."


 
((•)) Ouça esse post

sábado, 20 de outubro de 2012

NÃO DESISTA NUNCA

Olá pessoal, eu hoje estou passando pra justificar a minha ausência de atualizações aqui no blog, o fato é que estou empenhado em um novo projeto que dará um up grade em minha vida e que muito em breve pretendo estar compartilhando aqui com vocês, mas por hora o que eu quero mesmo é deixar aqui um texto da  Martha Medeiros, essa escritora brasileira, contemporânea que amo, cujo suas ideologias muitas vezes me ajudaram a traçar objetivos e aprimorar perspectivas em relação á minha vida, por isso estarei divindo com vocês alguns de seus textos que muito me tocaram e que certamente também irão fazer-lhes refletir e repensar alguns valores e metas para nossa vida e principalmente contribuirão para tornarmo-nos pessoas melhores em todos os âmbitos.
 
NÃO DESISTA NUNCA


Se você não acreditar naquilo que você é capaz de fazer; quem vai acreditar?
Dizer que existe uma idade certa, tempo certo, local certo, não existe.
Somente quando você estiver convicto daquilo que deseja e esta convicção fizer parte integrante do processo.
Mas quando ocorre este momento? Imagine uma ponte sobre um rio.
Você está em uma margem e seu objetivo está na outra.
Você pensa, raciocina, acredita que a sua realização está lá.
Você atravessa a ponte, abraça o objetivo e não olha para traz.
Estoura a sua ponte.
Pode ser que tenha até dificuldades, mas se você realmente acredita que pode realizá-lo, não perca tempo: vá e faça.
Agora, se você simplesmente não quer ficar nesta margem e não tem um objetivo definido, no momento do estouro, você estará exatamente no meio da ponte.
Já viu alguém no meio de uma ponte na hora da explosão... eu também não.
Realmente não é simples.
Quando você visualizar o seu objetivo e criar a coragem suficiente em realizá-lo, tenha em mente que para a sua concretização, alguns detalhes deverão estar bem claros na cabeça ou seja, facilidades e dificuldades aparecerão, mas se realmente acredita que pode fazer, os incômodos desaparecerão.
É só não se desesperar.
Seja no mínimo um pouco paciente.
Pois é, as diferenças básicas entre os três momentos são:

ESTOURAR A PONTE ANTES DE ATRAVESSÁ-LA
 
 Você começou a sonhar... sonhar... sonhar! De repente, sentiu-se estimulado a querer ou gozar de algo melhor.
Entretanto, dentro de sua avaliação, começa a perceber que fatores que fogem ao seu controle, não permitem que suas habilidades e competências o realize.
Pergunto, vale a pena insistir?
Para ficar mais tangível, imaginemos que uma pessoa sonhe viver ou visitar a lua, mas as perspectivas do agora não o permitem, adianta ficar sonhando ou traçando este objetivo?
Para que você não fique no mundo da lua, meio maluquinho, estoure a sua ponte antes de atravessá-la, rompa com este objetivo e parta para outros sonhos!

 
ESTOURAR A PONTE NO MOMENTO DE ATRAVESSÁ-LA
 
Acredito que tenha ficado claro, mas cabe o reforço.
O fato de você desejar não ficar numa situação desagradável é válido, entretanto você não saber o que é mais agradável, já não o é! Ou seja, a falta de perspectiva nem explorada em pensamento, não leva a lugar algum. Você tem a obrigação consciencional de criar alternativas melhores.
Nos dias de hoje, não podemos nos dar ao luxo de sair sem destino.
O nosso futuro não é responsabilidade de outrem, nós é que construímos o nosso futuro. Sem desculpas, pode começar...
ESTOURAR A PONTE DEPOIS DE ATRAVESSÁ-LA.

No início comentei sobre as pessoas que realizaram o sucesso e outras que não tiveram a mesma sorte.
Em primeiro lugar, acredito que temos de definir o que é sucesso.
Sou pelas coisas simples, sucesso é gostar do que faz e fazer o que gosta.
Tentamos nos moldar em uma cultura de determinados valores, onde o sucesso é medido pela posse de coisas, mas é muito mesquinho você ter e não desfrutar daquilo que realmente deseja.
As pessoas que realizaram a oportunidade de estourar as suas pontes de modo adequado e consistente, não só imaginaram, atravessaram e encontraram os objetivos do outro lado.
Os objetivos a serem perseguidos, foram construídos dentro de uma visão clara do que se queria alcançar, em tempo suficiente, de modo adequado, através de fatores pessoais ou impessoais, facilitadores ou não, enfim o grau de comprometimento utilizado para a sua concretização.

A visão sem ação, não passa de um sonho.
A ação sem visão é só um passatempo.
A visão com ação pode mudar o mundo.

 

((•)) Ouça esse post

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Conheça João Vitor

Vale a pena assistir...acredite, são exemplos como o desse garoto que nos fazem ver o lado bom da vida.

 

Um testemunho de vida!
((•)) Ouça esse post

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A emocionante história de Sofia e seu dono

Histórias de amizade são sempre comoventes. E de saudade também… Pra mim, esses são os sentimentos que definem esse emocionante vídeo institucional da rede de farmácias Panvel. Apesar de contar com uma versão para a TV, o foco certamente é a internet, pois a sua duração e roteiro, fazem com que o comercial não deva nada aos curtas que concorrem (e ganham) festivais.
 
 
Certamente um bom vídeo institucional, que soube trabalhar um tema bastante recorrente nas redes sociais: a relação do ser humano com os animais domésticos. E fez isso muito bem.
E pelo jeito, deixou bastante gente emocionada… O meu newsfeed do Facebook é só elogios para o comercial. E merece, não?
 
((•)) Ouça esse post

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Comemorando o meu aniversário


Comemorar uma data festiva é sempre bom, ainda mais quando se trata do nosso aniversário, pois quem é que não fica feliz ao receber parabéns, para tanto reuni os familiares e amigos mais próximos para uma modesta comemoração numa pizzaria esse final de semana e olha só o que eu preparei. Além da pizza teve também, bolo...


...ítens personalizados...


...lembrancinha...


...e muita alegria reunida da família e dos amigos.


Foi uma noite de muita alegria, não teria como descrever em palavras minha felicidade em estar junto ás pessoas que amo pra comemorar mais um ano de vida, quisera hoje poder encontrar todos os amigos que por minha vida passaram e juntos cantarmos...Parabéns...


Mas a vida é assim...Uns vão outros vem. Acredito que o tempo nos traz mais aprendizado e sabedoria, e eu sei que com o passar dos anos eu venho aprendendo e crescendo cada vez mais.


Não é sempre que os amigos, podem estar presentes em nossa vida, o tempo vai passando e é mais um ano que se despede, foi um ano feliz e com muitas conquistas, espero que nessa nova etapa da vida eu possa ser ainda mais feliz, realizando meus sonhos e projetos (que não são poucos..rsrsr..).


Agradeço a Deus pela minha existência, por ser mais um milagre da vida, pois sei que esta é repleta de milagres e neste momento peço a ELE que esteja em todos os momentos ao meu lado, me dando a força que preciso pra seguir sempre de cabeça erguida. 

 
E pra terminar  quero dizer que no dia do meu aniversário sinto-me como um milagre diante de Deus e agradeço por mais um ano de oportunidades, agradeço aos meus familiares que me amam, que estão sempre presentes, que nunca me abandonam a mercê da vida e também aos amigos que estão ao meu lado, reparto o meu coração em muitos pedaços, doando um pedacinho para cada um, se eu pudesse ter muitos braços abraçaria a todos, até mesmo os distantes e me abraçaria ternamente.




Mais algumas fotos você pode conferir no vídeo através do link abaixo:


Valeu galera!!!
((•)) Ouça esse post

sábado, 6 de outubro de 2012

Voto não tem preço, tem consequência!

Antes de ir para a urna e votar em quem vai nos representar nos próximos quatro anos...
Eleições
 Pense duas vezes antes de confirmar!
Eleições
 
Eleições
Lembre-se que quem é corrupto na campanha....vai ser muito ++++++++++ após ela, observe as propostas e só vote em pessoas que tenham um passado e um presente digno e principalmente, não venda seu voto, ele é mais valioso que qualquer bem que um candidato possa oferecer.

Eleições 
((•)) Ouça esse post

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu novo brinquedinho

Adoro novas tecnologias, isso já não é novidade pra quem me conhece e o meu mundo virtual já se mistura ao real, uma vez que eu vivo conectado e passo a maior parte do meu dia no notebook, isso porque eu também trabalho nele, porém há uns meses atrás o meu note havia dado um problema e eu vinha usando um outro, emprestado do meu cunhado, porém agora com a proximidae do meu aniversário e em virtude de uma boa promoção que peguei há oito dias atrás aqui numa determinada loja virtual, finalmente consegui comprar uma nova máquina. Me autopresenteei com esse potente notebook que acabou de chegar, ás vésperas do meu aniversário, que já é amanhã...


...de presente de aniversário (brinde) ainda ganhei 2 pen drives da SONY de 8 GB cada, tava bem necessitado desses...rsrs...


E dá só uma olhadinha nas configurações dessa máquina, é uma potência. Agora eu vou terninando de escrever porque vou aproveitar o meu novo brinquedinho.


ATÉ +
VALEU GALERA!

((•)) Ouça esse post

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Relação entre a imagem corporal e deficiência física. Uma pesquisa bibliográfica.




Caro leitor,
O artigo abaixo foi extraído do site efeportes. O texto foi escrito pelos pesquisadores Prof. Ms. Maria Luiza Tanure Alves* e Prof. Dr. Edison Duarte**.

RESUMO

As pessoas com deficiência física apresentam uma interrupção brusca no processo de desenvolvimento da imagem corporal. Esta sofre grandes mudanças, necessitando de adaptações. Nosso estudo consistiu na realização de um levantamento bibliográfico sobre o tema, no período de 1990 a 2003, com a respectiva análise e interpretação dos resultados, através da estruturação de fichamentos com as principais idéias de cada autor. Nosso objetivo nesse estudo foi compilar e analisar os principais trabalhos sobre o tema, servindo como subsidio para os profissionais de educação física ou outros que atuam ou venham a atuar com essa população. A deficiência física causa uma mudança perceptual no corpo do indivíduo que, aliada a mudanças em suas relações sociais, modifica sua imagem corporal. A deficiência traz para a pessoa sentimentos depreciativos com relação ao seu próprio corpo, acarretando modificações no modo como este percebe e interage com os outros e o mundo.
INTRODUÇÃO
   De acordo com a literatura específica observa-se que a construção da imagem corporal é um processo contínuo e dinâmico presente em toda vida. É com ela que a pessoa se apresenta e interage com o mundo e com os outros. Na sua construção estão envolvidos vários aspectos (fisiológicos, afetivos, sociais) que a todo o momento estão interagindo entre si, por isso a necessidade de analisá-la na sua forma ampla e não restringindo-a a apenas um de seus aspectos. Seu desenvolvimento se dá a partir das interações sociais estabelecidas durante toda a vida, refletindo a história de um corpo, suas vivências e seu caráter único. Entende-se por imagem corporal a representação mental do corpo próprio (Schilder, 1994).
   As relações sociais construídas exercem um papel fundamental durante o desenvolvimento da imagem corporal. As percepções e sentimentos que nossos contatos sociais nos proporcionam modificam o modo como nos vemos. As alterações que ocorrem no corpo por doenças, agravos ou outros distúrbios, comprometem a imagem corporal. As modificações na percepção corporal decorrente de alterações físicas ou psicológicas causam modificações na imagem corporal, alterando a auto-imagem e as interações com o meio e com os outros. A deficiência física caracteriza-se principalmente pela perda de motricidade e sensibilidade nas partes do corpo localizadas abaixo do nível lesionado. Aliada a essas limitações, dependendo do tipo de deficiência física presente pode haver complicações no estado de saúde da pessoa que vão desde disfunções vesicais e sexuais até a formação de úlceras de pressão. Estas alterações corporais modificam completamente a maneira como o deficiente encara e utiliza seu corpo durante suas tarefas cotidianas e em suas relações sociais.
   A deficiência física adquirida (decorrente depois do nascimento) causa uma mudança abrupta na imagem corporal do deficiente físico. Ele se vê de um dia para o outro, com a imagem corporal alterada, e em vista disso precisa reestruturá-la. O seu processo de desenvolvimento inclui tarefas difíceis como a de incorporar a cadeira de rodas a sua imagem e a tarefa de aprender a interagir com as imagens corporais de pessoas que não possuem deficiência física. Sua construção deve respeitar essa nova condição.
   A pessoa com deficiência física durante seu processo de reabilitação tem a tarefa de redescobrir seu corpo. Esse processo de redescobertas inclui a vivência de suas limitações e o conhecimento de novas capacidades, sendo necessário a aceitação dessas condições pelo mesmo para que assim ele consiga se reestruturar para o retorno ao convívio familiar e social.
   O estudo da imagem corporal pelos profissionais da área de educação física e outros traz uma mudança da perspectiva em relação à pessoa com deficiência. Ampliamos nossa capacidade de entendê-los e de entrar em contato, possibilita-nos um trabalho capaz de fornecer um “reconhecimento” da imagem corporal em sua nova condição. Auxilia-nos na valorização das diferenças e reconhecimento da singularidade de cada ser. Para tanto, o termo deficiência corresponde a “qualquer restrição ou perda na execução de uma atividade, resultante de um impedimento, na forma ou dentro dos limites considerados como normais para o ser humano” (Cidade, 2002).
   Nosso objetivo com este trabalho foi o de agregar o maior número possível de informações da literatura científica, sendo estes artigos, teses, dissertações e livros, sobre imagem corporal em pessoas com deficiência física, servindo assim como subsídio para os profissionais da área de educação física e outros que trabalhem com esta população.
Esta pesquisa foi financiada pelo PIBIC/CNPQ.
MATERIAL E MÉTODOS
Segundo Turtelli (2003) o presente estudo corresponde a análise e interpretação de dados obtidos em pesquisa do tipo bibliográfica. Desta forma, a base desta pesquisa consistiu no estudo de livros, artigos especializados, dissertações e teses, o que possibilitou o acesso e manipulação de informações relevantes para reflexão sobre as relações entre imagem corporal e deficiência física.
O levantamento bibliográfico foi realizado em bases de dados disponíveis via internet. Restringimos o período de levantamento bibliográfico dos livros, dissertações, teses e artigos em periódicos de 1990 a 2003. Este período é considerado de grande relevância já que corresponde ao aumento do interesse da comunidade científica sobre o tema, bem como é capaz de proporcionar uma visão dos trabalhos atuais desenvolvidos. Anteriormente a este período selecionamos apenas os trabalhos dos autores mais relevantes para o tema de nossa pesquisa. Ao todo foram pesquisados 5 bases de dados digitais a) Bases de dados da ERL – WebSpirs; b) Bases de dados da bireme; c) Base de dados Dedalus; d) Base de dados Acervus; e) Base de dados Athena.
A busca bibliográfica nas bases de dados citadas foi realizada nos computadores das bibliotecas setoriais da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. A base de dados WebSpirs é acessível apenas para pesquisadores e instituições conveniados, enquanto as bases Bireme, Dedalus, Acervus e Athena são de acesso livre.
Os materiais bibliográficos selecionados foram adquiridos nas bibliotecas setoriais da Unicamp. Os artigos selecionados não encontrados nas bibliotecas da Unicamp foram pedidos a outras universidades brasileiras, pelo sistema COMUT.
A pesquisa foi realizada em todas as bases de dados por assunto. Foram utilizadas como palavras-chaves “Imagem corporal”, “deficiente físico”, “lesões da medula espinhal” e “paraplegia”. Os cruzamentos das palavras-chaves foram empregados de acordo com a necessidade de língua portuguesa ou inglesa pela base de dados.
Após o levantamento bibliográfico o material foi estudado através da realização de fichamentos, que objetivavam abranger todas as informações relevantes para o estudo da imagem corporal em relação à deficiência física, bem como sínteses das principais idéias de cada texto pesquisado. A elaboração dos fichamentos com as principais idéias de cada texto objetivou uma posterior correlação entre os diversos autores. O cruzamento dos resultados e conclusões apresentados por cada estudo possibilitou uma visão abrangente sobre os caminhos que as pesquisas sobre imagem corporal e deficiência física vêm seguindo. Assim, pode-se observar os pontos falhos sobre o assunto e também novos questionamentos para possíveis estudos futuros. A seguir serão exibidas as principais idéias defendidas pelos autores selecionados, a correlação entre os mesmos, seus métodos utilizados, bem como seus pontos falhos.
RESULTADOS
A primeira busca de trabalhos realizada resultou em um pequeno número de trabalhos. Ao todo foram encontrados 68 estudos sobre o tema. No entanto, apenas alguns desses trabalhos encontrados realmente tratavam do tema. A maioria dos estudos trazidos relacionam-se com outros temas referentes à deficiência física, temas estes que não dizem respeito à imagem corporal da pessoa com deficiência física, apesar de apresentarem o termo imagem corporal em seus resumos. Um outro motivo que podemos citar para que alguns dos trabalhos fossem descartados é a sua não inclusão no período determinado de 1990-2003. Vale ressaltar que foi realizada a leitura de trabalhos anteriores a esse período de autores relevantes para o tema de nossa pesquisa. Como critérios de seleção dos trabalhos utilizamos a presença das palavras–chaves escolhidas no resumo.
A escassez de resultados alcançados durante esse primeiro levantamento nos impeliu a realizar uma nova pesquisa bibliográfica. Esta foi realizado através da análise das referências bibliográficas apresentadas nos trabalhos selecionados pela busca nas bases de dados via internet. A análise dessas referências nos trouxe um número maior de artigos, dissertações e teses, que possibilitou uma visão ampla sobre o tema.
Observa-se que as pesquisas realizadas na área nos revelaram a existência de muitas lacunas a serem preenchidas. Este é um tema pouco estudado e na maioria das vezes é associado com a análise dos aspectos psicológicos e as reações emocionais apresentadas pela pessoa com deficiência física, limitando-se à compreensão de aspectos como a auto-estima, autoconceito, entre outros.
De acordo com Santana (2003), autoconceito corresponde a percepção que a pessoa tem a seu respeito, sendo esta um processo psicológico e uma variável importante para o comportamento do mesmo. Com relação à auto-estima, esta diz respeito à forma como nos sentimos a cerca de nós mesmos e nossas reações aos eventos do cotidiano. A auto-estima é determinada pelo autoconceito, podendo ser considerada como seu componente avaliador. Assim, observa-se a estruturação de um entendimento sobre a imagem corporal do paraplégico associada com a elucidação dos fatores envolvidos na auto percepção de sua condição e também em suas reações psicológicas ao trauma.
O tema imagem corporal, em um grande número de pesquisas, é mencionado de forma indireta, sendo empregado como sinônimo dos termos “autoconceito”, “auto-imagem” e “auto percepção”. Nota-se a ausência de um consenso sobre o conceito de imagem corporal. São empregados conceitos sobre o tema de diversos autores, porém autores como Schilder (1994) não são mencionados. A menção do conceito de imagem corporal de Schilder (1994) apresenta-se de suma importância para pesquisadores que almejam estudar o tema, visto que o autor apresenta-se como referência internacional sobre o tema. Seu trabalho é considerado um clássico servindo de subsídio para demais pesquisas realizadas.
DISCUSSÃO
Segundo French e Phillips (1991), através de um trabalho de revisão de literatura, relata que as alterações na imagem corporal do lesado medular tem início com a devastação e interferência em seus planos para o futuro. Assim, a deficiência física acarreta para a pessoa uma série de mudanças sociais, físicas e psicológicas que alterarão o modo como o deficiente vê o seu corpo. A deficiência traz para o indivíduo um novo corpo, com novas habilidades, capacidades e limitações. Assim há a necessidade do estabelecimento de um processo de reconhecimento desse novo corpo.
Fischer e Cleveland (1958 apud Shontz, 1990) afirmam que as experiências corporais têm como função principal nos fornecer um limite pessoal que separe o eu, como entidade psicológica interna, do mundo externo. Assim Shontz (1990) descreve que nossas experiências corporais tem 7 funções, sendo realizadas em 4 níveis. As funções de nossas experiências corporais são:
Registro sensorial e processador de informações sensoriais, sendo essencial para todas as percepções, aprendizagem e memórias;
Instrumento para a ação;
Fonte de necessidades, tendências e reflexos;
Estímulo para o self; onde o termo “self” significa por si próprio, de si mesmo. (SANTANA, 2003)
Estimulo social;
Instrumento de expressão;
Mundo privado.
As experiências corporais têm como objetivo atender cada uma das funções citadas e estas podem estar dentre os seguintes níveis (podem estar relacionadas com mais de um nível):
1. Esquema Corporal
Este nível de experiência corporal está relacionado com a percepção do corpo como um objeto no espaço. Assim a percepção neste nível possibilita informações sobre a localização de estímulos na superfície corporal e a localização das partes do corpo no espaço. Também nos informa experiências agradáveis e desagradáveis.
2. Eu corporal
Aqui as experiências são elaborações do esquema corporal. Em sua maioria elas estão relacionadas com a identidade da pessoa, onde ela estabelece julgamentos, como bom ou mal, desejável ou indesejável e moral ou imoral, entre as variadas experiências vivenciadas.
3. Corpo fantasiado
Neste nível temos as representações corporais. Temos aqui as variadas imagens que fazemos de nosso corpo, como nas experiências que vivenciadas pelo corpo como uma máquina ou um animal.
4. Conceito corporal
Este nível relaciona-se com o conhecimento que estruturado sobre o corpo. Sendo este adquirido em sua maior parte através da educação recebida que de experiências diretas. Este conhecimento é expresso em desenhos, descrições de partes e funções do corpo, entre outros.
Shontz (1990) afirma que um bom conceito corporal é utilizado para a promoção da saúde e do bem-estar, embora não seja essencial para sobrevivência. No entanto, no caso das pessoas com deficiência física um bom conceito corporal é fundamental para sua saúde, já que é com este conhecimento que o lesado medular será capaz de estabelecer os cuidados necessários para o bom funcionamento corporal. Para a compreensão dos efeitos causados pela deficiência física em cada pessoa é fundamental que sejam analisados as mudanças provocadas nos vários níveis e funções da experiência corporal. As alterações na imagem corporal acarretadas pela deficiência física são produto das mudanças ocorridas nas experiências corporais do mesmo. Deve-se compreender as modificações ocorridas nas funções e níveis da experiência corporal para que entendamos as mudanças encontradas na imagem corporal. Sendo assim, não há uma imagem corporal característica para a pessoa com deficiência física.
Com a deficiência física a pessoa pode apresentar algumas tendências comportamentais, porém estas não podem ser homogeneizadas para todos. Para Rosillo e Fogel (1971, apud Beeken, 1978), além das alterações nas experiências corporais, são vários os fatores que influenciam no modo como esse indivíduo irá adaptar-se à lesão. Os principais fatores envolvidos são a aparência física (principalmente nas mulheres), a vergonha, o conflito de valores com as pessoas próximas importantes, e a importância delegada ao funcionamento físico. Como se pode observar, todos esses fatores estão relacionados com níveis e funções da experiência corporal já mencionados. Assim notamos que a vivência corporal, ou seja, a experienciação do próprio corpo é essencial para a manutenção de uma imagem corporal de qualidade.
Beeken (1978), através de pesquisa do tipo revisão de literatura, descreve que as lesões medulares causam as grandes distorções na imagem corporal, já que a pessoa não incorpora as mudanças advindas com a deficiência de forma gradual. O modo como cada lesado medular irá responder e reestruturar-se frente a essas alterações variam de acordo com alguns fatores. Dentre eles está a imagem corporal anterior ao trauma, sendo esta fundamental para a estruturação do conhecimento sobre esse novo corpo.
Um outro ponto importante no processo de reestruturação da imagem corporal da pessoa com deficiência física diz respeito à cultura em que este está inserido. De acordo com o trabalho de revisão bibliográfica realizado por Saravanan et al (2001), os valores e conceitos relacionados à deficiência física estabelecidos pela cultura de uma sociedade influenciam sobremaneira o modo como o lesado medular irá reagir a essa condição. No entanto, devemos entender que os valores impostos por uma sociedade apenas influenciam nesse complexo processo de reconstrução da imagem corporal, não estabelecendo reações ou comportamentos rígidos para todas as pessoas.
Para o autor, a cultura ao qual a pessoa com deficiência física está inserida será responsável pelos julgamentos, as expectativas apresentadas frente ao tratamento, a aceitação as terapias propostas e a presença ou ausência de alguns comportamentos. Cada cultura estabelece significados diferentes para a deficiência física, interferindo no modo cada um a encara. Sendo assim, a pessoa com deficiência física terá como eixo esse conceitos e valores para a estruturação do seu novo eu, de sua nova identidade.
Segundo Montanari (1998), a instituição de reabilitação freqüentada pela pessoa com deficiência física também é grande responsável pelo estabelecimento dos valores e conceitos atribuídos à deficiência. Esses parâmetros valorativos, assim como os estabelecidos pela cultura social, atuariam modificando não só a identidade social, mas também as relações sociais que esse indivíduo participa. Esses valores e conceitos exprimem a forma como a instituição de reabilitação vê a desigualdade e a diferença. A autora realizou seu trabalho através de entrevistas semi-estruturadas, a partir de roteiro temático para direcionamento dos depoimentos, em um grupo de jovens com deficiência física. Seu objetivo foi o de analisar a identidade social do jovem deficiente, bem como identificar sua percepção corporal e o lugar da reabilitação na sua vida.
Bracken, Shepard e Webb (1981), descrevem que a personalidade anterior ao trauma também exerce uma grande influência nas reações apresentadas frente à deficiência. Nesse sentido devemos compreender que este aspecto estaria relacionado com o significado que cada pessoa carrega sobre o seu corpo. Os sentimentos estabelecidos com o corpo certamente influenciam nas reações da pessoa frente a um trauma corporal.
Os autores realizaram o trabalho através da coleta de dados médicos dos sujeitos desde sua primeira hospitalização, bem como pela realização de entrevistas com os médicos responsáveis, fisioterapeutas, enfermeiros, e todos os outros profissionais envolvidos no processo de reabilitação do lesado medular. Também foram realizadas entrevistas com o lesado medular com objetivo de obter informações sobre seu estado psicológico e sua condição sócio-demográfica. Para a realização das entrevistas foi utilizado um questionário validado desenvolvido particularmente para o estudo.
De maneira geral podemos observa-se que todos os aspectos que influenciam a forma como cada um encara o trauma estão relacionados com as funções e níveis da experiência corporal citados por Shontz (1990). Assim são as alterações na experiência corporal que norteiam o processo de reestruturação do novo eu.
A importância delegada para cada uma das funções da experiência corporal influencia nesse processo. O modo como a pessoa com deficiência física incorpora sua nova condição é único, dependente dos valores e conceitos formados durante sua história de vida. Porém, a pessoa com deficiência física pode, durante esse processo, apresentar algumas tendências comportamentais em comum. Entre essas temos a depressão e ansiedade. (BEEKEN, 1978) Nesse sentido compreende-se depressão como um episódio onde a pessoa encontra-se com humor diminuído, redução da energia e diminuição nas atividades. Sua capacidade de diversão, interesse e concentração encontra-se reduzida, bem como é comum a queixa de cansaço após qualquer esforço mínimo. Com relação à ansiedade esta diz respeito a sintomas variáveis, mas que em geral incluem nervosismo persistente, tensão muscular, palpitações, entre outros. (CID-10, 1992)
Encontra-se também distorções nos julgamentos das distâncias entre as diversas partes do corpo. Como conseqüência desses comportamentos temos baixo níveis de autoconceito e auto-estima. No entanto, a observação de tais características pode estar associada com episódios de dor e na maioria dos casos está intimamente vinculada com o nível de contato social que o deficiente físico apresenta. A pessoa com deficiência física que participa ativamente de relações sociais, sejam estas familiares, profissionais e amorosas, dificilmente apresentam os aspectos mencionados. Nesse sentido, a presença e participação de uma parceira ou parceiro durante o processo de reabilitação parece ter grande relevância. O apoio social recebido pelo deficiente é de grande importância para a reconstrução de sua identidade (Beeken, 1978).
A presença de tais características tem sido mencionadas como integrantes de um processo de reabilitação do deficiente constituído por 4 estágios comportamentais. Estas correspondem à fase de choque, negação, reconhecimento e adaptação. A fase de choque tem lugar logo após os primeiros cuidados médicos após a deficiência física e corresponde a um estado de confusão onde o paciente não consegue perceber a magnitude do acontecido. Nesta fase a pessoa interrompe seu vínculo com o mundo exterior, numa tentativa inconsciente de proteger sua imagem corporal, mantendo-a integra.
Na fase de negação, a pessoa começa a perceber sua condição, porém de forma distorcida com tendência a negar sua lesão. Costuma agir de forma passiva aos tratamentos e indicações médicas. Com relação à fase de reconhecimento, nesta a pessoa começa a tomar consciência da sua real situação, porém devido a essa conscientização podem ocorrer episódios de depressão frente às grandes mudanças ocorridas. É nessa fase que a pessoa com deficiência física começa a experimentar as mudanças da sua própria imagem. Já na fase de adaptação, o mesmo começa a agir ativamente em seu processo de reabilitação, e sente-se recompensado por isso. Também começa a reconhecer os benefícios do processo de reabilitação.
A ocorrência de tais comportamentos é considerada normal pelos autores defensores de tal teoria, porém a reabilitação do deficiente associada à presença de tais estágios tem sido bastante desacreditada. Isto ocorre porque a abordagem do processo de reabilitação da pessoa com deficiência física em fases pré-estabelecidas e com caráter rígido não possibilita o reconhecimento das necessidades individuais. Assim, tais estágios impossibilitam que o deficiente vivencie seu corpo como único e que também seja encarado pelos profissionais envolvidos nesse processo como ser único com suas própria reações e emoções (GALVIN e GODFREY, 2001).
Para Shontz (1990), as reações negativas com relação ao trauma não podem ser generalizadas, ou seja, o impacto da deficiência não é sempre negativo. A pessoa com deficiência física pode encarar a deficiência como algo positivo em sua vida. Gorman, Kennedy e Hamilton (1998), afirmam que estes podem descrever-se como sendo mais compreensivos e populares. A presença de sentimentos positivos colabora para que o deficiente apresente uma boa imagem corporal de si mesmo, aliada à presença de bons níveis de autoconceito e auto-estima.
CONCLUSÃO
A escassez de estudos nessa área demonstra as grandes lacunas que ainda precisam ser solucionadas. A leitura dos trabalhos selecionados aponta, a partir de uma visão abrangente sobre a atual situação das pesquisas nesse campo, alguns questionamentos importantes para o entendimento da imagem corporal da pessoa com deficiência física. Nesse sentido, ainda são necessários estudos relacionados com métodos avaliativos da imagem corporal de deficientes físicos, estudos interessados em pesquisar a forma como o deficiente constrói sua imagem corporal com a ausência de sensações e percepções das partes localizadas abaixo do nível lesionado, entre outros.
A deficiência física não traz para o deficiente uma imagem corporal característica. Com a lesão a pessoa precisa vivenciar suas perdas dentro dos aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais. Há a necessidade da experienciação das alterações no funcionamento orgânico assim como suas conseqüências para as variadas atividades cotidianas. Será apenas com a vivência de seu corpo que o deficiente poderá estruturar sua nova identidade. O modo como o trauma irá afetar sua imagem corporal está intimamente relacionado com o prejuízo causado nos níveis e funções da experiência corporal. Os valores e conceitos sobre o seu corpo e seu funcionamento trazidos pela pessoa interferem sobremaneira o modo como a pessoa irá reconstruir sua imagem corporal. Sendo assim, a personalidade e a imagem corporal anterior ao trauma exercem um papel relevante nesse processo.
De forma geral, será o prejuízo causado na capacidade do corpo em atender as funções da experiência corporal que irão causar os maiores impactos para a reconstrução e desenvolvimento da imagem corporal da pessoa com deficiência física. Este precisa vivenciar suas perdas de modo equilibrado para que assim não desenvolva comportamentos prejudiciais para o seu convívio em sociedade e para a execução de suas atividades básicas.
Além dos profissionais de saúde envolvidos no processo de reabilitação, é importante que o profissional de educação física também tenha um entendimento sobre este tema. Essa compreensão possibilita que esse profissional proporcione para seus alunos lesados medulares experiências positivas capazes de promover um ‘reconhecimento dessa imagem corporal em sua nova condição. As atividades propostas devem possibilitar experiências para o deficiente onde ele possa descobrir as formas como o seu novo corpo poderá atender as necessidades de suas experiências corporais.
*Doutoranda em Atividade Física Adaptada Mestrado em Atividade Física, Adaptação e Saúde pela Faculdade de Educação Física – UNICAMP
**Graduação em Fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1976) Mestrado em Biologia e Patologia Buco Dental pela Universidade Estadual de Campinas (1984) Doutorado em Anatomia Humana pela Universidade de São Paulo (1988) Atualmente é professor associado da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
REFERÊNCIAS
Beeken, J. E. Body Image changes in Plegia. Journal of Neurosurgical Nursing v. 10, 20-22, 1978.
Bracken, M. B., Shepard, M. J., Webb, S. B. Psychological Response to acute Spinal Cord Injury: an epidemiological study. Paraplegia v. 19, 271-83, 1981.
CID -10. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados á Saúde/ Organização Mundial de Saúde. 10 rev. SP: Editora da universidade de São Paulo, 2000.
Cidade, R. E. A. Introdução à educação Física e ao Desporto para Pessoas Portadoras de Deficiência. Curitiba: Ed. UFPR, 2002
French, J. K., Phillips, J. A. Shattered Images: Recovery for the SCI Client. Rehabilitation Nursing v.16, 134-36, 1991.
Galvin, L. R., Godfrey, H. P. D. The Impact of Coping on emotional Adjustment to Spinal Cord Injury (SCI): review of the literature and application of a stress appraisal and coping formulation. Spinal Cord v. 39, 615-627, 2001.
GORMAN C.; KENNEDY P.; HAMILTON L. R. Alterations in self-perceptions following childhood onset of spinal cord injury. Spinal Cord, vol. 36, pp. 181-185, 1998.
Lianza, S. Medicina de Reabilitação.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1985.
Montanari, P. M. Do Limite da Deficiência à Superação na Vida: jovens, portadoras de deficiência física. 1998. Dissertação de mestrado- Faculdade de Saúde pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
Santana, V. H. Avaliação do Autoconceito e a Atividade Física. 2003. Dissertação de Mestrado- Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
Saravanan, B. et al. Re-examing the psychology of Spinal Cord Injury: a meaning centered approach from cultural perspective. Spinal Cord v. 39, 323-26, 2003.
Schilder, P. A Imagem do Corpo: As Imagens Construtivas da Psique. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994.
Shontz, F. C. Body Image and Physical Disability. In: Cash, TF, Pruzinsky, T. Body Images: Development, Deviance, and Change. New York: The Guildford Press, 1990.
Turtelli, L. S.; Tavares, M. C. G. C. F.; Duarte, E. Caminhos da Pesquisa em Imagem Corporal na sua Relação com o Movimento. Revista Brasileira de Ciência do Esporte v. 25, n.1, 2003.

Fonte: Deficiente Ciente
((•)) Ouça esse post
▲ Topo