Técnica pioneira no país foi desenvolvida por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz no laboratório do hospital São Rafael, em Salvador, onde está um dos mais avançados centros de terapia celular da América Latina.
Há um ano, o Jornal Nacional mostrou o início dos testes com células-tronco para devolver os movimentos a paraplégicos, em Salvador. Uma pesquisa de médicos do Centro de Terapias Celulares do Hospital São Rafael, em parceria com a Fiocruz. Agora, você vai ver os primeiros resultados.
Cada passo é uma conquista, uma façanha para quem não conseguia ficar em pé.
Maurício, um major da Polícia Militar de 47 anos, caiu de um telhado e passou os últimos nove anos sem nenhum movimento da cintura para baixo.
“Eu dei o passo e me senti estranho, porque foram nove anos sem caminhar e perceber que eu estava conseguindo fazer isso sobre minhas próprias pernas. Então, foi uma sensação muito boa”, conta.
Segundo os médicos, o que tornou possível todo este avanço, toda esta mudança na vida do Maurício, foi um transplante de células-tronco realizado em Salvador. A cirurgia foi há seis meses, resultado de cinco anos de pesquisa.
Os médicos retiraram do osso do quadril do próprio paciente células-tronco mesenquimais, que têm grande capacidade de se transformar em diversos tipos de tecido, e injetaram diretamente no local onde a coluna foi atingida.
A técnica pioneira no país foi desenvolvida por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz no laboratório do hospital São Rafael, em Salvador, onde está um dos mais avançados centros de terapia celular da América Latina.
Dois meses depois de operado, Maurício já se equilibrava sobre as pernas e até pedalava nas sessões de fisioterapia. Os médicos não sabem ainda se ele e os outros 19 pacientes que serão submetidos ao mesmo tratamento vão voltar a andar normalmente, mas já comemoram os resultados.
“Saber que a gente conseguiu uma resposta dessa com comandos, é muito gratificante, e não somente isso, saber que isso é apenas uma ponta de iceberg, que, com os resultados positivos, nós podemos expandir essa técnica para um número maior de pacientes no futuro, além de continuar pesquisando formas de aprimorá-la”, avalia o neurocirurgião Marcus Vinícius Mendonça.
A família do policial militar nunca perdeu a esperança. “Quando aconteceu essa cirurgia, eu tive certeza de que Deus estava com a gente e que ele ia conseguir andar”, diz Márcia Ribeiro, esposa do paciente.
” Para quem não tinha nenhuma perspectiva, e hoje eu já tenho uma perspectiva de estar no andador, dando os primeiros passos, já é sinal de que alguma coisa está acontecendo, e daqui para frente, acho que só tende a melhorar”, comemora Maurício.
Fonte: Ser Lesado
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