É incrível como em pleno século XXI, com tanta informação ainda há lugares no mundo dominado por paradigmas sociais, como ainda existam pessoas com um pensamento retrógrado em relação á capacidade intelectual e as possibilidades de uma pessoa com deficiência tentar levar uma vida normal como outra qualquer. Talvez por uma questão ainda cultural que é comedida em nosso país, talvez por falta de uma maior inclusão nossa enquanto portador de necessidades especiais no meio social, de nos expormos mais, de mostrar que somos capazes, mas, contudo, fico extremamente indignado quando me deparo com pessoas que nos vêem com olhar de comiseração, tratando-nos como “coitadinhos”, impossibilitados, como se a vida para nós já tivesse chegado ao fim e como se já tivéssemos dado o que tínhamos para dar em relação a esta.
Eu me chamo Wellington Lucena, tenho 26 anos, sou cadeirante e me sinto extremamente compromissado em quebrar esse estereótipo negativo que algumas pessoas ainda têm em relação à pessoa com deficiência.
Para muitos de nós cadeirantes não é fácil depois de um trauma se deparar frente a frente com uma cadeira de rodas e se empenhar numa nova e radical mudança de vida, mas é preciso ter amor próprio e aceitar a nova condição para retomar da melhor forma possível as nossas atividades. Um bom ponta pé inicial é a auto aceitação, porque é preciso encarar de frente algumas situações que estaremos sujeitos a passar, mas que com uma boa auto estima trabalhada jamais nos deixarão abalar.
Quando lembro que me deparava com situações que antes baixava a cabeça e me deprimia e que agora ergo e mostro com orgulho que sou capaz, transmito para as pessoas que estão ao meu redor uma energia positiva, fazendo com que estas me enxerguem com igualdade, deixando o “preconceito” de lado e passando a me ver de forma normal, porque é assim que sou.
O fato de ser deficiente não me torna inferior, somos todos dotados de inteligência e sentimentos, e cada ser humano é insubstituível em sua essência. Assim sendo, vamos saber nos impor, conquistando o nosso espaço, transformando a sociedade e elevando as pessoas a nos enxergarem com dignidade, respeitando as nossas diferenças.
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